terça-feira, 10 de agosto de 2010

O mercado





Ruas escuras, estreitas, húmidas. Cheiros fortes e vozes que entoam. Mercadorias que enchem cestos, sacos, caixas, bancas. Objectos que se empilham. Um sem número de embalagens e pacotes que se penduram e abanam ao passar. Bindis, bijuterias, doces… Frutas que te saciam só de olhar. As cores fortes, as formas por vezes excêntricas, as texturas que te apetece tocar. A abundância e a simplicidade do vender.
Essas ruas são de pedras, que se pisam ou evitam, que por vezes levantam e nem sempre encaixam. Enchem-se dos restos de tudo, das frutas e dos vegetais, dos sacos e da chuva. Os teus pés pisam a vida daquele sítio, que se acumula a cada dia, ali no chão. Aquilo que já não é, nem será, cai e ali fica. Passa de actor a figurante. Já não admiras mas desprezas. A sujidade por ali fica.
A riqueza é imensa, a densidade toma-te. Não estás, não pensas, não sentes, nada mais do que aquilo que te rodeia. Porque na Índia vives intensamente o presente!

1 comentário:

The Stranger disse...

I've seen stars bracing the horizon, sun beams glitter in the sky, shades of brightness on the mountain tops, lightning blue across the ocean line, time to get free, to live and to die...