segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Em cada pé que se pousa



Os pés são ferramenta essencial desse teu corpo. Base que te leva e traz. E até os meus pés foram confrontados nessa sua fragilidade aparente. Expostos a cada momento, olhei-os como nunca os tinha olhado. Soltei-os. Finquei-os na terra e fiz deles parte consciente de mim. Faz toda a diferença se te transportas de um lado para outro, corpo físico ao serviço de uma mente ou te tomas como corpo, espírito e mente, partes iguais de um todo maior. Cada um como parte de ti e dessa tua missão que se trava a cada momento, em cada pé que se pousa. Pés que se encontram com a terra seca e áspera, com os mosaicos frios e húmidos, com a água da loiça que cai, com o pó que se acumula na mercearia, com os peixes que te tratam como num spa, com a abelha caída que acabaste de pisar, ou ainda com o sapo que te acabou de saltar.

Cada sensação mostra-te onde estás, lembra-te que estás aqui, neste sítio, agora, e não te deixa vaguear, dentro do conforto dos teus sapatos que pisam a realidade sem a olhar. Lembram-te que a natureza chega para cuidar do teu corpo. Mostram-te que apenas um momento de distracção pode valer muito porque vives sem o layer da protecção. E dizem-te que és simplesmente mais um, mais um ser entre tantos, que percorrem o mesmo caminho, sobre a terra.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

E de repente, eu fui até ti


De repente, senti o cheiro que há anos não sentia. Veio até mim e levou-me muito longe. A flor branca caída, de odor intenso e profundo. Mergulhei assim, fundo em mim. E logo sorri. Sorriso aberto, espontâneo, seguro.

Jasmim

Os cachos enfeitam os seus cabelos lisos e brilhantes. Diariamente, como quem se perfuma. São mais elas. São mais belas.

De manhã, na esquina, na rua. Colhe, faz, vende, compra. O ritual repete-se.

Amanhã, outra vez.