sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Paredes brancas















Tarde branca no museu. 

Entre paredes brancas, o ruído contínuo, embalador, ensurdecedor. Projecta cor, paisagem, o fora de uma ilha jardim. Bonito, quente, às vezes, distante. Imagens que voam no meio do nada. Entre paredes brancas, de telas brancas, ou negras, que a lixívia tingiu. 

O vazio, o silêncio, o nada, num instante em que até o tempo parou. 


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Cada sítio é um filão













"CADA SÍTIO É UM FILÃO. Basta andar por aí. Não ter pressa, estar sentado numa casa de chá a observar quem passa, pôr-se a um canto do mercado, ir cortar o cabelo, e depois seguir o fio de uma meada que pode começar numa palavra, num encontro, no amigo do amigo de uma pessoa com quem acabámos de nos encontrar, e o lugar mais insípido, mais insignificante do planeta, transforma-se num espelho do mundo, numa janela aberta para a vida, num teatro da humanidade diante do qual poderíamos deter-nos sem necessidade de ir a mais sítio nenhum. O filão está exactamente onde nós estamos. Basta cavar."1

FILÃO ou esplêndida viagem.
CAVAR ou olhar verdadeiramente para onde vivemos, onde vamos, onde trabalhamos, o que fazemos, o que sentimos, o que somos.

Vamos continuar viagem.

1 TERZANI, Tiziano, in Disse-me um Adivinho, Edições tinta-da-china, 2009, pp.331