
Ruas escuras, estreitas, húmidas. Cheiros fortes e vozes que entoam. Mercadorias que enchem cestos, sacos, caixas, bancas. Objectos que se empilham. Um sem número de embalagens e pacotes que se penduram e abanam ao passar. Bindis, bijuterias, doces… Frutas que te saciam só de olhar. As cores fortes, as formas por vezes excêntricas, as texturas que te apetece tocar. A abundância e a simplicidade do vender.
Essas ruas são de pedras, que se pisam ou evitam, que por vezes levantam e nem sempre encaixam. Enchem-se dos restos de tudo, das frutas e dos vegetais, dos sacos e da chuva. Os teus pés pisam a vida daquele sítio, que se acumula a cada dia, ali no chão. Aquilo que já não é, nem será, cai e ali fica. Passa de actor a figurante. Já não admiras mas desprezas. A sujidade por ali fica.
A riqueza é imensa, a densidade toma-te. Não estás, não pensas, não sentes, nada mais do que aquilo que te rodeia. Porque na Índia vives intensamente o presente!